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Área de Ciências Agrárias I

Tese do Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Fitotecnia da UFLA é vencedora no Prêmio Capes de Tese 2024

Escrito por Ana Eliza Alvim | Publicado: Quarta, 18 Setembro 2024 18:09 | Última Atualização: Quinta, 19 Setembro 2024 15:06
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O autor da tese, Rubens Diogo Junior, atualmente realiza pesquisas avançadas com milho, como postdoctoral researcher na University of Wisconsin-Madison (EUA)

Uma tese de doutorado desenvolvida na Universidade Federal de Lavras (UFLA) foi vencedora do Prêmio Capes de Tese 2024, na área de Ciências Agrárias I. O prêmio, em sua 19ª edição, é outorgado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e reconhece os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos em 2023. Entre os 49 agraciados, está o egresso do Programa de Pós-Graduação em Agronomia / Fitotecnia Rubens Diogo Júnior, autor do estudo produzido em colaboração internacional com a Purdue University, nos Estados Unidos, e que já gerou, inclusive, um pedido de concessão de patente

Com o título "Desenvolvimento de linhagens transgênicas e mutantes de minimilho de rápida floração por meio da técnica de imersão floral", o estudo buscou a obtenção de cultivares de milho mais tolerantes aos chamados fatores abióticos, componentes não vivos do ambiente que influenciam os seres vivos, como é o caso dos climas secos e quentes, por exemplo.  A orientadora do estudo, professora Édila Vilela de Resende Von Pinho, explica que após a investigação e identificação dos genes que propiciam a tolerância aos fatores abióticos, um desafio importante é promover o melhoramento genético de forma a gerar cultivares aptas para um cenário de mudanças climáticas e de escassez de água, um bem que pode ser considerado a commodity do século, tornando-se um desafio para agricultura nacional e internacional.

A pesquisa realizada por Rubens Diogo inovou ao ajustar uma técnica que permite a transformação das plantas de milho de forma mais simples, por meio da imersão das inflorescências do milho em soluções bacterianas que têm o gene de interesse para características de tolerância a fatores abióticos (no caso do estudo, tolerância à seca e a altas temperaturas). A técnica, denominada floral dip, já é utilizada em plantas-modelos (como arabidopsis e medicago), porém ainda não era utilizada nessa variedade de minimilho, que possui baixa estatura e cujo ciclo produtivo é curto. Foi então adaptada e requerida a patente da tecnologia, em 2023, no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), onde está em análise. A tecnologia proposta aumenta a eficiência da transformação genética da planta. Há, ainda, a previsão de um novo pedido de patente derivado do estudo, abarcando um equipamento para execução de mergulho e encharcamento floral em plantas de milho.

Rubens, que atualmente realiza pesquisas avançadas na área como postdoctoral researcher na University of Wisconsin-Madison, celebrou a conquista do Prêmio realçando as contribuições que recebeu para que o trabalho fosse possível. "Esse reconhecimento serve de grande estímulo para mim, sobretudo para ser recordado nos momentos mais desafiadores da carreira. Todavia, não posso receber os créditos sozinho. De fato, tratou-se de um árduo trabalho em equipe, que envolveu o esforço conjunto de diversas pessoas. Agradeço imensamente a todos os professores do Setor de Sementes do Departamento de Agricultura da UFLA (DAG), em especial à minha ex-orientadora Édila, aos nossos incansáveis servidores técnico-administrativos, aos bolsistas de iniciação científica e aos professores de outros setores que também tanto nos ajudaram. Também é imprescindível destacar o auxílio do meu antigo coorientador Jian-Kang Zhu e outros colaboradores da Purdue University, onde realizei boa parte dos experimentos, além da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), da Capes e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)", diz.

A professora Édila também destacou os marcos que contribuíram para o desenvolvimento da pesquisa e seus bons resultados. "É preciso reconhecer e reforçar a dedicação do Rubens, sempre focado, inteligente e com uma mentalidade inovadora. Essa vontade de inovar faz toda a diferença para nossos resultados. Também tivemos um suporte muito importante do Núcleo de Inovação Tecnológica da UFLA para o processo de depósito de patente. E um trabalho desse nível só é possível com o  apoio de agências de fomento, da UFLA, do DAG, do Setor de Sementes e colegas de trabalho, estudantes de iniciação científica e pós-graduação - é algo que não se faz sozinho", avalia.

Para o pró-reitor de Pós-Graduação da UFLA, professor Adriano Teodoro Bruzi, a conquista é uma honraria especialmente importante para a UFLA. “Foram 62 teses avaliadas dentro da área de Ciências Agrárias I no Brasil. O fato de uma pesquisa desenvolvida na UFLA ser agraciada realmente evidencia que nossa pós-graduação é robusta, e propicia a formação de pessoas qualificadas e aptas a atuar na academia e no mercado. O discente teve a oportunidade de fazer parte do trabalho dele no exterior, uma ação importantíssima no âmbito da internacionalização da pós-graduação. Além disso, a tese gerou produtos tecnológicos que contribuem para a inovação e a solução de problemas do País e do mundo. É a consolidação da tríade que engloba ensino de qualidade, pesquisa de qualidade e impacto social”.

Sobre o prêmio

A entrega do Prêmio Capes de Tese está prevista para dezembro. Os ganhadores recebem medalha, certificado e bolsa de estágio pós-doutoral de até um ano. Os orientadores também são contemplados com prêmio no valor de 3 mil reais e certificado, esse último conferido também a coorientadores e programas de pós-graduação.

 
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