Programas da UFLA abrem as portas para o mundo da ciência
Mais de mil estudantes do ensino médio e da graduação participam de programas da UFLA que incentivam o despertar para as pesquisas científicas
Ser um pesquisador é uma vocação que exige dedicação, paixão e comprometimento. É um trabalho intelectualmente estimulante, repleto de descobertas e contribuições para a sociedade. Vai muito além das imagens estereotipadas de um cientista em um laboratório, usando jaleco branco e óculos. É uma jornada de exploração do desconhecido e de busca por respostas que moldam o nosso mundo.
Essa afirmação é compartilhada pelo professor Márcio Gilberto Zangeronimo, coordenador de iniciação científica da Universidade Federal de Lavras (UFLA), que destaca um equívoco do senso comum: a ideia de que ser cientista se resume apenas a misturar elementos e realizar testes. Os cientistas na verdade são responsáveis por contribuir para o avanço do conhecimento em suas respectivas áreas, identificando lacunas e propondo soluções inovadoras para problemas complexos.
Alguns indivíduos nascem com o desejo de descobrir as maravilhas da ciência, enquanto outros encontram no caminho a oportunidade de conhecer o mundo da pesquisa, como foi o caso do professor Márcio e de suas orientadas, as estudantes de medicina veterinária Laura Roncoli Pan e Beatriz Bonani Zuccolotto, bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da UFLA (Pibic). As estudantes começaram como voluntárias na Iniciação Científca e se apaixonaram pela pesquisa."Por meio da iniciação científica, conseguimos enxergar como se aplica a teoria na prática, além de desenvolvermos muitas habilidades para a resolução de problemas e e ver todo o processo acontecer", comenta Laura.
A Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP/UFLA) oferece nove programas de Iniciação Científica, que visam despertar em estudantes do ensino médio e da graduação o interesse pelas pesquisas científicas em todas as áreas de conhecimento. Atualmente, há 1.051 estudantes de graduação participando da Iniciação Científica na Universidade, sendo que 806 deles possuem bolsas de agências de fomento e da UFLA. "Esse número aumentou desde a pandemia com a volta das atividades em campo, do apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e com uma política de incentivo da PRP", diz Márcio.
Participar de um programa de iniciação científica pode trazer diversos benefícios tanto para a carreira profissional quanto acadêmica, como destaca Beatriz. "Aprendemos muito e estabelecemos contatos, permitindo que as pessoas conheçam nosso trabalho". Além disso, a participação na Iniciação Científica é valorizada em uma seleção de mestrado e doutorado. "Uma das coisas que mais pesa em uma seleção de mestrado é a participação na iniciação e apresentação de resumos", esclarece o professor Márcio.
Para participar de um programa de iniciação científica na UFLA, os estudantes podem entrar em contato com seus professores e conhecer os projetos de pesquisa e os programas de bolsa oferecidos pela Instituição que podem despertar seu interesse. Aqueles que já estão envolvidos na iniciação científica aprenderam algumas dicas valiosas. "Procure as áreas que você gosta porque podem surgir várias oportunidades e converse com seus professores", sugere Laura. Beatriz também lembra que não é necessário ter medo. "Ficamos receosos de não conseguir dar conta de 12 ou 20 horas semanais, mas o crescimento pessoal e profissional que alcançamos é imenso e vale o esforço".
BIC Júnior
Esses programas desempenham um papel fundamental na formação desses jovens, proporcionando oportunidades valiosas para que eles explorem o mundo da pesquisa científica.
Além do Pibic, a UFLA oferece o Programa de Bolsa de Iniciação Científica Júnior (BIC Júnior) criado pelo CNPq. Voltado para estudantes do Ensino Médio de escolas públicas estaduais, o BIC Júnior teve início em 2002. Atualmente, com o apoio da Fapemig são concedidas 143 bolsas, distribuídas entre sete escolas estaduais de Lavras e cinco de São Sebastião do Paraíso, todas conveniadas.
A seleção dos alunos de ensino médio que irão participar é feita pelas próprias escolas - uma oportunidade de conhecer melhor os cursos de graduação e suas áreas de conhecimento. "Essa vivência no ambiente da universidade estimula a vontade de dar continuidade aos estudos, desenvolver o senso crítico, a leitura e a escrita científica, além de promover a responsabilidade, o planejamento, além da interação social. Essa integração entre a universidade e a comunidade tem o poder de transformar vidas, como ressalta a coordenadora do BIC Júnior na UFLA, professora Luciana Lopes Silva Pereira.
Revisão: Camila Caetano- jornalista UFLA