Movimento Parent in Science, que inclui embaixadoras da UFLA, recebe Prêmio Nature de Mulheres Inspiradoras na Ciência
O movimento Parent in Science, formado por cientistas de todas as regiões do Brasil, incluindo duas embaixadoras da Universidade Federal de Lavras (UFLA), conquistou o prêmio "Mulheres Inspiradoras na Ciência", categoria Science Outreach, concedido pela editora britânica Nature. A iniciativa foi reconhecida pelo trabalho desenvolvido na sistematização de dados e na luta pela implantação de políticas de apoio às mães na academia. Esta é a primeira vez que o prêmio é concedido a um grupo brasileiro.
As professoras do Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas da UFLA (ICET/UFLA) e embaixadoras do movimento na Universidade, Amanda Castro e Evelise Freire, comemoram mais essa recente conquista. "Este tem sido um ano importantíssimo para o reconhecimento dos impactos da parentalidade na carreira de cientistas. A partir de maio, conquistamos o campo "licença-maternidade" no Currículo Lattes; com o programa Amanhã, foi possível apoiar 29 mães com auxílio financeiro para que permanecessem em suas pós-graduações, e agora veio o tão desejado reconhecimento internacional da revista Nature. Definitivamente, a questão da parentalidade deixou de ser uma questão secundária", destacam.
O Parent in Science surgiu em 2016, com a missão de mudar a forma como a parentalidade, e mais especificamente a maternidade, é percebida na área acadêmica, lutando por um ambiente científico mais igualitário, diverso e justo. Com um núcleo central formado por 17 pesquisadoras, em 2019 o movimento se expandiu com a seleção de 72 embaixadoras de diversas universidades brasileiras.
Entre as ações do movimento, destaca-se a campanha #maternidadenoLattes, que ganhou força nas redes sociais e na grande mídia, juntamente com uma carta assinada por diferentes sociedades científicas brasileiras em junho de 2018. Em abril de 2021, após quase três anos de negociações, o CNPq incluiu oficialmente a aba “Licenças” nos currículos Lattes, nos quais pode ser acrescentada a informação da licença-maternidade.
O movimento também já realizou pesquisas que demonstraram os impactos da maternidade na carreira das cientistas no Brasil, além de incentivar o desenvolvimento de políticas de apoio às mães cientistas, levando em consideração a intersecção com raça e todos os demais aspectos que impactam a maternidade.
Com a premiação, o movimento ganhou US$ 40 mil, além do convite para apresentações e mentorias na empresa Estée Lauder, parceira da editora Nature no prêmio.