A interação entre Universidade e Empresas
Com o intuito de propor discussões e compreender de que maneira as parcerias entre universidade e empresas contribuem para a solidificação, desenvolvimento e expansão das pesquisas e tecnologias, docentes do Instituto de Ciências Naturais da Universidade Federal de Lavras (ICN/UFLA) realizaram nesta quarta-feira (10/3) o I Seminário de Pesquisa e Inovação do ICN.
O webinário abordou aspectos relacionados a essas parcerias, tais como importância, vantagens, dificuldades, desafios, entre outros. Contou com a participação direta dos docentes dos quatro departamentos do ICN: Magno Antonio Patto Ramalho (DBI), Maria Lúcia Bianchi (DQI), Julio Cesar Ugucioni (DFI), Rodrigo Lopes Ferreira (DEC), além do pesquisador Xavier Prous, especialista em Meio Ambiente e Espeleologia na empresa Vale.
O coordenador de pesquisa do ICN professor Teodorico de Castro Ramalho relata que “os recursos públicos de pesquisa, os quais são destinados às agências de fomento, diminuíram de forma considerável nos últimos anos. Buscando a sobrevivência da atividade de pesquisa e extensão tecnológica nas universidades públicas, explorar outras fontes de financiamento será fundamental. Assim, acreditamos que a inovação tecnológica é o ingrediente necessário para o desenvolvimento de Minas Gerais e do país”.
As universidades exercem papel fundamental na geração, transmissão e disseminação do conhecimento e a UFLA tem se empenhado neste sentido. Contudo, é esperado que a universidade também crie soluções inovadores e efetivas para os desafios da sociedade. O fomento advindo de empresas públicas e privadas torna-se importante devido à necessidade de atender às demandas apresentadas pela sociedade. Trazer novas parcerias para a universidade gera um impacto direto na criação de startups e novos empregos. Isso também contribuirá no financiamento de pesquisas, bolsas para discentes, compras de equipamentos de grande porte e aquisição de material de consumo e infraestrutura.
“O Brasil está entre os 15 países que mais produzem conhecimento no mundo (Thonson/ISI), entretanto, precisamos transformar o conhecimento em inovação (69º posição no Índice Global de Inovação) e gerar riquezas. Dessa forma, fica evidente a necessidade de aumentarmos as parcerias entre universidade e empresas, para que novas tecnologias sejam geradas e impactem a sociedade”, comenta o professor Teodorico.
Como apresentado pelo professor, ao realizar parcerias com as empresas, é possível elencar inúmeros benefícios para as instituições de ensino, porém, ele também destaca alguns desafios, como a dificuldade técnica em atender às demandas da empresa, ter a infraestrutura adequada para realizar experimentos e as análises desejadas, como também ajustar os instrumentos jurídicos para que ocorram de forma rápida e eficiente para viabilizar a parceria.
A UFLA detém mais de 120 pedidos de patentes depositados no INPI, mais de 20 marcas de propriedade da instituição e mais de 20 cultivares. Em destaque, o ICN possui hoje 09 projetos de pesquisa vigentes com a iniciativa privada, totalizando mais de 10 milhões de reais. Esses números demonstram o potencial de pesquisa e inovação da UFLA para promover o desenvolvimento do estado de Minas Gerais e do país. “Logo, agregar parcerias com empresas privadas e públicas poderá gerar empregos, renda, novos projetos e, consequentemente, novos produtos e processos que retroalimentarão o ciclo inovador na instituição, completa o professor Teodorico.
O ICN reforçará as ações institucionais e auxiliará o Núcleo de Inovação Tecnológica (Nintec), a Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) e demais órgãos da instituição no que for preciso, no que tange às novas parcerias entre UFLA e empresas. “É esperado que o ICN estreite relações com empresas públicas e privadas, e a nova Política de Inovação implemente as possibilidades legalmente estabelecidas no Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação – Lei 13.243/2016 –principalmente no que se refere às facilidades para os processos de licenciamento de tecnologias desenvolvidos na UFLA”, complementa Teodorico.
“A diminuição do investimento financeiro em instituições de ensino compromete o prosseguimento de vários projetos de pesquisa com impacto direto na infraestrutura da universidade, compra de equipamentos e contratação de recursos humanos. Dessa forma, espera-se que o sucateamento da educação seja minimizado por meio da interação entre universidade e empresas. ”, finaliza Teodorico.
Texto: Greicielle Santos - bolsista, Comunicação/UFLA