Castanha de Baru, fruto típico do cerrado, é tema de pesquisa na UFLA
O cerrado possui uma diversidade de frutos cujo consumo é muito apreciado, principalmente por conta de seus benefícios. Por isso, instituições de pesquisa como a Universidade Federal de Lavras (UFLA) têm buscado conhecer melhor suas propriedades nutricionais e propor sua utilização na elaboração de novos produtos.
De acordo com o professor do Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA) Eduardo Valério de Barros Vilas Boas, que coordena as pesquisas há mais de 20 anos, o Baru é rico em vitaminas, minerais, fibras e ácidos graxos, que são agentes antioxidantes que favorecem a saúde cardiovascular prevenindo doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão arterial, diabetes, câncer. Além de pesquisadores da UFLA, o estudo com o Baru envolve pós-graduandos da Universidade Federal de Goiás e é financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), por meio do Programa de Cooperação Acadêmica (Procad). “Para se ter uma ideia, a amêndoa do Baru possui mais cálcio do que o leite e mais ferro do que a carne, além de reunir cobre e outros minerais. Por isso, nosso objetivo foi elaborar um produto a partir do extrato aquoso dessa amêndoa de baru. ”
Entre os estudos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa em pós-colheita de frutas e hortaliças do Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA) está a utilização da castanha de Baru para a produção de produto tipo iogurte. O leite da amêndoa do Baru pode ser utilizado na alimentação humana principalmente por pessoas que buscam alternativas em substituição ao leite de vaca ou possuem restrições alimentares. O produto elaborado pelos pesquisadores ainda foi acrescido de microrganismos vivos e de farinha de banana verde. “Esses microrganismos, como lactobacilos, quando ingeridos de forma correta diariamente, podem trazer diversos benefícios à saúde humana. Além disso, ao adicionar a farinha de banana verde com a casca, nós enriquecemos o produto final aumentando seu teor de fibras, ao mesmo tempo em que conseguimos um produto potencialmente probiótico”, explica a mestranda Gabriela Silva Mendes Coutinho.
Nos testes em laboratório, cinco tratamentos com concentrações de amido ou farinhas de bananas verde foram utilizados para as análises, que incluíram a avaliação da viabilidade dos microrganismos adicionados nos produtos selecionados e a opinião dos consumidores. “ A análise sensorial mostrou que esse produto tem uma boa aceitação do público, principalmente para aqueles que já conhecem esse fruto típico do cerrado”, diz Gabriela. Como resultado da pesquisa, foi produzida uma bebida tipo iogurte de grande qualidade nutricional e tecnologia, que poderá servir de base para futuras pesquisas sobre o Baru.
Além de ser usado na alimentação humana e animal, o baru também é utilizado na medicina popular por meio de óleos que são extraídos de diferentes partes da planta; o uso também é observado na indústria cosmética e na construção civil.
Reportagem: Karina Mascarenhas, jornalista - bolsista Dcom/Fapemig
Imagens: Luiz Felipe - Dcom/ UFLA
Edição do Vídeo: Sérgio Augusto - Dcom/UFLA
Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais - Fapemig.