Com apoio da UFLA, Fórum do Futuro apresenta soluções sustentáveis para a agricultura em seminário na Noruega
O Instituto Fórum do Futuro, criado pelo ex-diretor da Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL), Alysson Paolinelli, realizou na quarta-feira (6/11), em Oslo, Noruega, seu primeiro seminário global. O evento teve como objetivo demonstrar a capacidade da agricultura tropical e do conhecimento científico em oferecer soluções para as crises globais, como a mudança climática e a segurança alimentar. O Fórum do Futuro é uma iniciativa que tem o apoio da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e outras instituições, como o Banco Mundial e a Embrapa.
Para cumprir essa missão, o Fórum do Futuro organizou uma delegação composta por acadêmicos e empresários, entre eles, o professor emérito José Oswaldo Siqueira, da Escola de Ciências Agrárias de Lavras (Esal/UFLA), e o professor Joaquim Paulo da Silva, do Instituto de Ciências Naturais (ICN/UFLA). Durante a programação do seminário, também foi feita a exibição de um vídeo do reitor, professor José Roberto Scolforo, que apresentou os benefícios e conceitos que envolvem a temática Gestão do Território e Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE).
O objetivo do evento foi apresentar soluções a partir do conhecimento científico desenvolvido no Brasil, reconhecido como líder global em tecnologias e na capacidade de gestão em sistemas de produção tropical. Esse conhecimento pode contribuir decisivamente para a adaptação do setor agroindustrial às mudanças climáticas, acelerar a inclusão social e tecnológica e, por meio de práticas sustentáveis, ajudar a mitigar os fluxos migratórios.
Por uma nova agricultura
Durante o evento, o professor José Oswaldo Siqueira abordou temas de vanguarda na sustentabilidade agrícola, com ênfase na agricultura regenerativa e na produção de carbono neutro. Segundo Siqueira, essas abordagens representam uma nova fronteira para a sustentabilidade nos trópicos, integrando o conhecimento científico com a realidade do campo. “A agricultura regenerativa é uma prática que vai além da conservação: é uma estratégia para restaurar ecossistemas, capturar carbono e garantir a resiliência dos solos tropicais,” afirmou.
O professor Joaquim Paulo da Silva (ICN/UFLA) destacou o papel do Sistema Interligado Nacional (SIN) na distribuição de energia elétrica por todo o Brasil, favorecendo a produção e o uso de biocombustíveis nas áreas agrícolas. Esse modelo não só gera renda e empregos locais, como também reduz emissões ao minimizar o transporte de combustíveis. Ele ressaltou que uma matriz elétrica robusta e renovável – incluindo fontes hidráulicas, solares e de biomassa – pode atender às demandas de mecanização agrícola, fortalecer a segurança energética no campo e promover a segurança alimentar e o uso de insumos estratégicos, como o hidrogênio verde e o biodiesel.
Visita técnica
Na segunda-feira (4/11), a delegação brasileira visitou a Norwegian University of Life Sciences (NMBU) e participou de reuniões para troca de experiências sobre inovações tecnológicas, sustentabilidade e robótica aplicadas à agricultura. A agenda incluiu discussões no laboratório "RoButcher" e no "Robotlaben", onde foram apresentadas soluções para uma agricultura regenerativa, tema que vem sendo estudado e defendido pelo professor Oswaldo Siqueira. De acordo com o professor de robótica na agricultura Antonio Candeia Leite (NMBU), esse intercâmbio fortalece a cooperação entre Brasil e Noruega, promovendo o desenvolvimento sustentável em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODSs).
Sobre o Fórum do Futuro
O Fórum do Futuro foi criado com a missão principal de promover uma reflexão independente e abrir caminho para a inclusão social e tecnológica no mundo tropical. “Dezenas de milhões de produtores rurais estão excluídos da Ciência e Tecnologia na América Latina e na África”, afirma o diretor executivo do Fórum, Fernando Barros, que gerencia a agenda de introdução do tema nos debates nacionais e internacionais, lembrando que o propósito do fundador do Instituto, o ex-ministro Alysson Paolinelli, era provocar um novo olhar sobre o papel do mundo tropical como “uma fonte de soluções contemporâneas para as pessoas e o planeta.