Paisagem do câmpus ganha escultura de formiga gigante feita pelas mãos de servidor aposentado
Durante as celebrações pelos 114 anos da Universidade Federal de Lavras (UFLA), um presente recebido pela Instituição capta os olhares de quem passa pela região do Centro de Convivência da UFLA. Uma formiga gigante escala a torre da caixa d’água. A escultura pesa 80 quilos e tem 4,2 metros de comprimento. É uma obra de arte produzida pelo professor aposentado do Departamento de Administração e Economia (DAE) Ricardo Sette, que também foi estudante da Universidade.
O professor manteve vínculo com a UFLA por exatos 40 anos, tendo ingressado na Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL) como estudante de Agronomia em 1º de março de 1974 e se aposentado na mesma data, como servidor, no ano de 2014. Precisamente, metade do tempo de vínculo se deu enquanto a Instituição era ESAL, e outra metade após seu avanço para Universidade, o que traz uma simbologia especial para a escultura. “Remete a essa transformação da Instituição, de escola agrícola a Universidade, e a formiga, conhecida popularmente na nossa cultura pelo trabalho e pela vida em sociedade, representa todos os esforços, a muitas mãos, feitos ao longo do tempo, para que hoje a Universidade se tornasse o que representa para Lavras e o Brasil. Minha intenção era até fazer mais de uma, mas não foi possível, pois é necessário muito material”, comenta o professor.
A Pró-Reitoria de Infraestrutura e Logística (Proinfra) foi responsável pela instalação da peça. O professor conta que, desde que a torre foi construída, há cerca de 20 anos, não lhe agradava sua presença no local. “Sempre achei que ela interferia na paisagem daquele lugar e que, já que precisava ser colocada ali, era necessário dar a ela um toque artístico. Quando foi transformada em uma espécie de vela, houve uma mudança positiva. A formiga chega para complementar e tornar o cenário mais interessante”, diz.
Alinhada à história de uma Universidade reconhecida internacionalmente pelo compromisso com a boa gestão ambiental, a escultura foi feita com material reaproveitado, advindo de estruturas inutilizadas da própria Universidade. “Há uma base de metalon, mas a maior parte da estrutura foi feita de alumínio, a partir de folhas reaproveitadas de rejeitos separados pela Proinfra para este fim”.
Nesse momento em que a Universidade tem uma agenda de mais de 30 atividades em celebração pelos 114 anos, e num ano em que se completam também 30 anos da transformação em Universidade, o reitor, professor João Chrysostomo de Resende Júnior, reforçou a importância simbólica na iniciativa. "O inseto é muito conhecido pelo trabalho incansável, pela atuação em equipe, pela forma com que o planejamento e a cooperação são relevantes nas suas sociedades, e principalmente pelo seu papel nos ecossistemas. São todos fatores bem representativos da história da Universidade e, feita pelas mãos de um servidor, é ainda mais valiosa", avalia.
Ricardo Sette, desde de criança se divertia modelando diferentes tipos de materiais. Depois de se aposentar, conseguiu se dedicar com mais tempo a esse dom e, hoje, sua propriedade rural em Lavras é ponto atrativo para quem passa pelo local, pela presença de esculturas que ele deixa abertas ao público.
Essa e outras obras do professor Ricardo Sette estão no seu perfil no Instagram.
Fotos: Wellington Dias, Ana Eliza Alvim e @ricardossette.