Equipes da UFLA participaram de série de reuniões com a reitoria sobre orçamento
Foi realizada, na quarta-feira (6/4), a última de uma série de 11 reuniões promovidas pela Reitoria com as equipes de trabalho da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Os encontros contaram com a presença de gestores, professores, técnicos administrativos e funcionários terceirizados, dos campi de Lavras e São Sebastião do Paraíso. O tema principal das reuniões foi a situação orçamentária da Universidade em 2022.
As equipes de cada unidade acadêmica e das pró-reitorias foram convidadas a participar, tiveram a oportunidade de debater o tema e levantar outras questões de interesse da Instituição. O objetivo da iniciativa é dar transparência a todos sobre o histórico de orçamento da UFLA e propiciar um momento de interação entre os colaboradores, e deles com a gestão. Segundo o reitor, professor João Chrysostomo de Resende Júnior, a intenção é que essas rodadas de reuniões possam ocorrer periodicamente. "Não é possível ser com tanta frequência, por exigir bastante tempo, para que se possa dividir os grupos e fazer vários encontros. Mas a meta é darmos sequência a esses encontros, que se mostraram muito proveitosos e, acima de tudo, foram uma oportunidade importante para conhecermos as pessoas e colher delas as sugestões e críticas aos processos de gestão", diz.
A apresentação inicial das reuniões foi feita pelo pró-reitor de Planejamento e Gestão, professor Márcio Machado Ladeira. Em seguida, os dados apresentados foram comentados pelo reitor, e pelo vice-reitor, professor Valter Carvalho de Andrade Júnior, que contextualizaram, além do cenário desafiador, o trabalho e as conquistas da gestão para vencer esses desafios. Além disso, expuseram as situações de passivos importantes a serem resolvidos, como o Hospital Universitário que, para estar no ponto de um eventual contrato de gestão com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), demandará ainda um investimento de 50 milhões de reais na obra e também para a aquisição dos equipamentos. No Hospital Universitário, até o momento, já foram investidos 20 milhões de reais, com a aquisição do terreno e com as obras já operacionalizadas.
Sobre o orçamento
O orçamento total da UFLA para despesas discricionárias (aquelas que não constituem gastos obrigatórios, como é o caso das despesas com pessoal e encargos sociais)* é de 77,4 milhões de reais para 2022. É 16% maior que o orçamento de 2021, e se aproxima do orçamento de 2019, que foi de 77,1 milhões de reais.
Apesar do ligeiro aumento em relação a 2020 e 2021 (anos em que se registraram cortes de orçamento), o desafio está no fato de que, para 2022, há uma elevação muito grande nos gastos com os contratos de terceirização, que passam de 26,6 milhões de reais em 2021 (valor então possível devido aos cortes ocasionados pela redução em atividades presenciais no câmpus por causa da pandemia de Covid-19) para quase 38 milhões em 2022, aumento ligado ao retorno das atividades presenciais, à inflação e a reajustes devidos a partir de convenções coletivas de trabalho.
Ao retomar as atividades presenciais, os gastos da Instituição serão significativamente maiores do que em 2021 e 2020. Dessa forma, com um orçamento similar ao de 2019, em números absolutos, será necessário apoio do Ministério da Educação e do Congresso Nacional para viabilizar soluções que garantam o funcionamento durante o ano. Vale lembrar que, aplicando-se a correção pelo IPCA, o orçamento de 2022 equivale ao orçamento de 2010.
Outro desafio imposto pelo orçamento deve-se ao fato de que o número de estudantes matriculados na UFLA aumentou 121% desde 2011. Eram 5.178 em 2010 e atualmente são 11.441. Se considerado o orçamento da UFLA em 2010 corrigido pela inflação daquele ano (IPCA base 2010), mesmo tendo quase a metade do número de estudantes naquela época, hoje o valor do orçamento discricionário deveria ser de 132,6 milhões de reais, o que reforça a necessidade de mais recursos para a manutenção adequada da qualidade do ensino superior.
* As despesas discricionárias são divididas em despesas de “investimento” (ou de capital), que envolvem gastos com patrimônio (como obras e bens permanentes), e “outras despesas correntes”, que inclui gastos como pagamento de energia elétrica, telefonia, serviços terceirizados, material de consumo, auxílios aos estudantes e outros.
