Professor da UFLA é eleito membro titular da Academia Brasileira de Ciências
O professor da Escola de Ciências Agrárias de Lavras (Esal) - da Universidade Federal de Lavras (UFLA) - Luiz Roberto Guimarães Guilherme foi eleito membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), na área de Ciências Agrárias. O resultado da eleição foi divulgado após Assembleia Geral Ordinária da entidade, realizada em 3/12. Com a eleição, o professor Luiz Roberto o é o segundo docente da UFLA a integrar a Academia como membro titular.
Fundada em 1916 como sociedade científica honorífica, a ABC tem a missão de contribuir para o estudo de temas de primeira importância para a sociedade, visando dar subsídios científicos para a formulação de políticas públicas. O desenvolvimento científico do País e a interação entre os cientistas brasileiros (e deles com cientistas estrangeiros) são focos da atuação da ABC. Para integrar a entidade como membro titular, é necessário que o acadêmico seja indicado pelos demais titulares, não havendo autocandidatura. Uma comissão de seleção avalia as indicações, vota e elege os membros titulares de cada área do conhecimento.
Uma vez eleito membro titular, o acadêmico tem mandato vitalício. O primeiro docente da UFLA a ser membro titular na ABC foi o professor do José Oswaldo Siqueira, empossado em 2002 na Associação, também na área da Ciências Agrárias. Professor José Oswaldo ingressou em 1977 na ainda Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL) e aposentou-se na UFLA em 2011.
Dezoito anos depois de ter seu primeiro docente na ABC, a UFLA tem novamente um membro ingressando na entidade. O professor Luiz Roberto avalia que sua indicação, além de ser um reconhecimento pessoal, é, acima de tudo, um reconhecimento institucional. "Essa indicação reforça o papel que a nossa Universidade ocupa nessa área do conhecimento no Brasil. É uma avaliação que leva em consideração toda a contribuição que a UFLA tem ofertado para o desenvolvimento das ciências agrárias". Ele relata que, assim como ocorre em algumas contribuições pontuais já feitas no âmbito da ABC, o trabalho será no sentido de promover a importância da ciência para o sucesso que a agricultura brasileira assume no mundo.
"A perspectiva é de que até o planeta atingir cerca de 10 bilhões de habitantes, em 2050, a demanda por alimentos deve aumentar substancialmente, e quase 40% dessa nova demanda vai ser atendida pelo Brasil. A ciência é fundamental para que possamos fazê-lo com sustentabilidade ambiental, econômica e social. Algo que sempre primei por defender é o fato de que a eficiência no sistema de produção é muito importante para que possamos preservar o meio ambiente, sendo possível produzir mais em menores áreas, deixando mais extensões de solo para preservação. Além disso, a geração de renda e o desenvolvimento social vai além da agricultura, alcançando setores correlatos", avalia.
Trajetória do novo membro da ABC
Luiz Roberto pesquisa e trabalha com práticas de manejo para uma agricultura sustentável no Brasil há mais de 30 anos. Iniciou sua carreira estudando desafios enfrentados por agricultores para produzir alimentos, fibras e energia de maneira sustentável em sistemas agrícolas brasileiros, especialmente nos Cerrados, em parceria com o Professor Alfredo Scheid Lopes, inicialmente trabalhando na Associação para Difusão de Adubos (Anda), entre 1989 e 1991. Atualmente pesquisa também elementos-traço essenciais e contaminantes - também chamados de metais pesados - em agroecossistemas brasileiros e tropicais, além de áreas de mineração e metalurgia.
As pesquisas desenvolvidas buscam projetar impactos em diversas frentes: na melhoraria da produtividade agrícola, da qualidade de vida e do bem-estar da população, e na rentabilidade dos agricultores de uma forma social, econômica e ambientalmente sustentável.
O professor ingressou na UFLA em 1991, no Departamento de Ciência do Solo (DCS), onde se mantém em atuação, participando atualmente de vários projetos de pesquisa em andamento e coordenando, com parceiros no Brasil e no exterior, três redes de pesquisa (AgroMetais, Recuperamina e UaiETNet), que estudam o comportamento de elementos-traço e elementos terras raras nos agroecossistemas tropicais e em áreas de mineração, com foco em avaliação de riscos à saúde a em riscos ecológicos, tratando de preservar a qualidade do solo e a segurança alimentar. Coordena, no Brasil, desde 2014, as ações do Programa Global HarvestZinc, uma iniciativa que revela a viabilidade da estratégia de biofortificação agronômica para reduzir a deficiência de micronutrientes na população mundial. Seu currículo lattes na íntegra pode ser acessado em http://lattes.cnpq.br/9956829222003643.