UFLA homenageou ex-alunos formados em 1993 e 1968
Eles estavam juntos quando alcançaram uma conquista importante de suas vidas: o diploma universitário. Passados 25 anos, 50 anos, da formatura, encontram-se novamente no tradicional Julibeu de ouro e prata, organizado pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) para homenagear seus egressos. Os integrantes das turmas de formandos de 1993 e de 1968 e suas famílias lotaram Salão de Convenções no dia 7/9, ouviram pronunciamentos emocionantes, relembraram fatos da história da Universidade, falaram de suas próprias memórias e comemoraram a oportunidade de estarem juntos novamente. Homenagens especiais também foram feitas a profissionais formados há mais de 55 anos e que confirmaram antecipadamente sua participação na solenidade.
A mesa de honra da solenidade foi presidida pelo reitor da UFLA, professor José Roberto Soares Scolforo, que expressou sua satisfação e orgulho em receber as turmas. “Se vocês saíram de suas casas e vieram até aqui, é porque têm amor por esta instituição, e queremos que esse sentimento persista. Vocês são, como egressos da Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL), embaixadores da UFLA por onde passam”. Scolforo também afirmou seu “orgulho de ser UFLA”, citando pessoas que contribuíram e contribuem para o desenvolvimento da instituição e do País. Realçou a importância dos bons exemplos do passado, das pessoas que se dedicam à UFLA no presente e da força do sonho coletivo. “Como diz a música de Raul Seixas, o sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só. O sonho que se sonha junto é realidade. A UFLA é movida por um conjunto magnífico, formado por professores, técnicos administrativos e estudantes, do presente e do passado, que fizeram desta instituição o que ela é hoje – uma das três universidades deste País que mantêm, nos últimos cinco anos, nota máxima simultânea em duas avaliações do Ministério da Educação: o Conceito Institucional e o Índice Geral de Cursos”.
Outro integrante da mesa que fez uso da palavra foi o egresso - com 66 anos de formado – João de Camargo Aranha Netto, que representou todos os estudantes da ESAL/UFLA. Com 94 anos, ele acredita ser o único que nunca esteve ausente da festa do ex-aluno. Relatou todos os fatos que o prendem à UFLA: sua participação no surgimento da solenidade do Jubileu e a história de pessoas da família que também passaram pela instituição. “Eu venho todos os anos curtir a minha paixão por esta escola e matar as minhas saudades”.
Em seguida, o ex-diretor da ESAL professor Alysson Paulinelli emocionou a todos relembrando fatos históricos, como o momento em que a instituição esteve prestes a ser fechada. “A disposição dos professores que persistiram e ficaram quase dois anos sem receber salários, na época da federalização, em 1963, nos dava força para lutar pela instituição. Foi por sonharmos com esta universidade que temos aqui hoje que enfrentamos o cansaço e o desgaste. E hoje o Brasil deve muito de seus avanços à capacidade científica e tecnológica desta escola. O País agora vive uma fase complicada, e acredito que pessoas formadas aqui novamente serão protagonistas para a busca de soluções.” Paulinelli também enfatizou o diferencial da UFLA, por ser uma universidade exemplar em organização. “Cada vez que venho aqui, sou como um fiscal que observa tudo. Nunca vi um papel jogado no chão ou um laboratório mal cuidado”, elogia, mencionando também a postura comprometida dos estudantes.
Autor da tese que levou à incorporação do Cerrado brasileiro como região produtiva para a agricultura, o professor emérito da UFLA Alfredo Scheid Lopes, formado em 1961, também se pronunciou. Relatou as maiores oportunidades que teve na vida profissional e falou da conclusão a que chegou. “Gostaria de falar principalmente para os filhos dos meus alunos: a gente precisa acreditar, sonhar alto, investir no trabalho honesto. É quando fugimos da inércia que realizamos sonhos”. Afirmando que seus alunos são razão para sua existência, apresentou durante a cerimônia a gravação de uma canção tocada por ele em piano como forma de homenagem aos presentes.
O ex-diretor da ESAL e ex-reitor da UFLA, professor Silas Costa Pereira, que esteve à frente da instituição quando foi transformada em Universidade, lembrou que a solenidade de 2018 homenageou a última turma de 25 anos formada pela ESAL. A partir de 2019, os diplomas comemorativos de prata serão entregues aos formandos de 1994, emitidos já pela UFLA. Silas também esteve entre os homenageados, por ter completado 50 anos de formado. Elogiou a toda a equipe da UFLA pela estrutura do câmpus e rememorou momentos de sua campanha para diretor da ESAL. “Estamos emocionados e agradecidos por estarmos aqui hoje nesta celebração”.
Em um dia de reencontros, muitas histórias
Os personagens desse momento de encontros e celebrações são muitos, com histórias que não podem ser resumidas em poucas linhas. Houve, por exemplo, a presença da única mulher que recebeu o diploma comemorativo de 50 anos de formatura. Ana Maria de Souza é de Lavras e trabalhou como professora universitária em Uberaba por dez anos. Hoje, aposentada, está de volta à cidade e mantém contato periódico com a UFLA, testemunhando toda sua transformação. “Venho sempre trazer meus sobrinhos que estudam aqui”. Ela lembra que na sua época de estudante eram apenas cinco mulheres no curso de Agronomia, matriculadas nos diferentes períodos. Diz que as tradições do passado faziam com que as coisas fossem bem diferentes do que são hoje, mas enfatiza o quanto o desafio deixou boas lembranças. “Os colegas eram como irmãos para nós. Existia um respeito enorme. Hoje aqui nos sentimos como calouros. A amizade é tão sólida que a sensação é de que nos encontramos ontem mesmo”.
Já o ex-aluno Guilherme García Santana voltou a Lavras na última semana depois de 25 anos fora. Após a formatura, voltou para a cidade de Guaíba (SP) e só agora retornou à UFLA. “O sentimento é indescritível. Você entra na cidade e começa a passar um filme na cabeça, com as tantas experiências vividas, além de ter a surpresa causada pelas tantas transformações na UFLA.” Empreendedor na área do agronegócio, Guilherme afirma que valeu a pena o regresso e que estará presente a cada cinco anos.
E muitos amigos não estão se vendo somente agora, porque seus caminhos se cruzaram em outros momentos. Os homenageados de 25 anos João José de Melo Marques (hoje pró-reitor de Extensão e Cultura da UFLA) e Fabrízio Furtado de Sousa (diretor do câmpus da Universidade Estadual de Minas Gerais em Divinópolis) contam que formaram juntos em Agronomia em 1993 e, em 2016, novamente, formaram juntos na UFLA, no curso de Filosofia a distância.
OlharesUFLA
Em meio a tantas memórias do passado, a exposição #OlharesUFLA, montada na entrada do Salão de Convenções durante o evento trouxe fotografias que revelam a UFLA do presente. A mostra reuniu fotografias feitas pelos seguidores da UFLA nas mídias sociais e identificadas pela hashtag #OlharesUFLA. Foram selecionadas imagens postadas após setembro de 2016 (quando foi realizada a primeira edição da exposição), que alcançaram grande interação nas redes sociais e que estavam disponíveis em versões com resolução adequada para impressão. Há também fotografias feitas por integrantes da Diretoria de Comunicação, que têm a missão rotineira de registrar o que acontece no câmpus e interagir com os diversos #Olhares por meio das mídias sociais.
São imagens de paisagens, estruturas físicas, animais e toda a diversidade de cenários que hoje marcam o câmpus e inspiram a comunidade. Confira as fotos.
Ex-alunos confraternizam e relembram momentos marcantes em jantar especial
Na noite de sexta-feira, as comemorações de formatura tiveram continuidade com o tradicional Jantar dos Ex-alunos, realizado no Ginásio Poliesportivo da UFLA. Além das turmas homenageadas no Jubileu de Ouro e Prata, reuniram-se para o momento de celebração ex-alunos que se formaram em diferentes quinquênios. Os ex-alunos subiram ao palco e relembraram amigos e momentos importantes da ESAL/UFLA, destacando o amor pela Instituição. Alfredo Pereira de Figueiredo, celebrando seus 70 anos de formatura, participou da festa e se mostrou grato pela oportunidade. “Tive a sorte de poder estudar Agronomia nesta Escola e, com todo o trabalho que desenvolvi ao longo desses 70 anos de carreira, sinto-me com a esperança de, no próximo quinquênio, voltar aqui para comemorar meus 75 anos de formatura”, falou o ex-aluno ao receber as homenagens.
Veja fotos do Jubileu de Ouro e Prata (fotos: Alberto Moura)
Veja fotos do jantar do ex-aluno (fotos: Alberto Moura, Camila Caetano, Heider Alvarenga e Samara Avelar)