Curricularização da extensão: UFLA promove oficina para elaboração de projeto institucional
A curricularização da extensão ou creditação (curricular) da extensão é uma estratégia prevista no Plano Nacional de Educação (PNE) e deverá ser seguida pelas instituições de ensino superior. A Resolução nº 7/2018 do Conselho Nacional de Educação (CNE) estabelece a destinação de no mínimo 10% da carga horária da matriz curricular dos cursos de graduação a atividades de extensão. Essa medida deverá ter efeito na autorização e reconhecimento dos cursos. Na UFLA, a proposta para essa adaptação foi regulamentada pela Resolução Normativa CEPE 015/2022 e será aplicada a partir das turmas ingressantes em 2024.
Para apoiar a formação dos colegiados de extensão nas unidades acadêmicas e ampliar o debate sobre os fatores que envolvem o processo, a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) promoveu uma oficina para a elaboração conjunta do projeto institucional que vai direcionar a implantação da curricularização da extensão na Universidade. A ação é uma iniciativa do Fórum Permanente de Extensão e Cultura, criado no início de fevereiro.
A oficina foi realizada de 20 a 24 de março, com a mediação da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), parceira da UFLA na cooperação técnica internacional, com a participação do coordenador-geral de Cooperação Técnica Sul-Sul, Nelci Peres Caixeta e do assistente de projetos, Filipe Davi Viriato Nascimento. A dinâmica contou com a participação de diretores de unidades acadêmicas, coordenadores de curso, coordenadores dos colegiados de extensão, integrantes das diferentes coordenadorias da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, além de integrantes da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) e da Diretoria de Relações Internacionais (DRI).
Construção coletiva
A oficina foi organizada seguindo a uma estratégia participativa, conhecida como árvore de problemas e soluções. Os participantes discutiram as fragilidades/problemas e soluções na prática da extensão na UFLA e os desafios da inserção e execução nos diversos cursos de graduação, por meio da construção conjunta de uma estrutura lógica dos fatores que devem ser observados no projeto institucional. Essa dinâmica abordou diferentes aspectos do processo, incluindo os desafios práticos para o desenvolvimento dos projetos, o custo de implementação, os riscos envolvidos, as diferenças entre as áreas do conhecimento e a forma de apropriação do próprio conceito de extensão universitária.
Nelci Caixeta explica que essa metodologia de elaboração de projetos permite uma construção dialógica e participativa, aproveitando os desafios reais para a implementação e a experiência prática dos participantes. Por meio da construção da árvore de problemas e soluções, é possível hierarquizar os fatores de importância, indicar as propostas de cada ação e os riscos que devem ser observados para o alcance dos objetivos.
No caso específico da oficina, um ponto central observado foi o entendimento e apropriação do conceito de extensão. Assim, as ações previstas no projeto institucional deverão incluir uma sensibilização e formação para todos os atores envolvidos (docentes, discentes, servidores técnico-administrativos e sociedade).
Para a pró-reitora de Extensão e Cultura, professora Christiane Rocha, a oficina reforçou a importância de um projeto institucional que ajude no direcionamento das ações e no entendimento do processo de creditação das ações de extensão. “Nós temos um grande desafio, mas estamos caminhando para cumprir a resolução com a mesma excelência que a UFLA tem em todas as áreas”, destacou.
A professora Ana Carolina Maioli Campos Barbosa, da Escola de Ciências Agrárias de Lavras (ESAL), sintetiza a importância da extensão universitária para a universidade. Apesar de ser uma implementação determinada pelo Conselho Nacional de Educação, a professora vê como oportunidade para um maior engajamento com a sociedade, possibilitando ao estudante uma formação profissional e cidadã ainda mais qualificada.