Dicas de português: Como escrever siglas
Há uma confusão generalizada quando se trata de grafar siglas.
Alguns autores indicam que com até três letras, as siglas devem ser grafadas em maiúsculas e com mais de três letras, somente a inicial maiúscula. Qual o correto?
Embora tenhamos de obedecer a normas nacionais no tocante à ortografia do léxico português, as siglas escapam a qualquer camisa de força, pois oficialmente sempre se viu o mínimo de respeito de como escrevê-las. Os manuais de ortografia se limitavam ao uso de maiúsculas e pontos [ex. D.A.S.P]; esses, porém, estão praticamente fora de uso.
Desse modo, ao constituir ou escrever uma sigla, pode-se adotar a seguinte convenção (mais tradicional):
1 - Usar só MAIÚSCULAS se cada letra corresponder a uma palavras, independentemente de ser a sigla pronunciável ou não:
ABI - Associação Brasileira de Imprensa
ABL - Academia Brasileira de Letras
CBF - Confederação Brasileira de Futebol
UBES - União Brasileira de Estudantes Secundaristas
UFRGS - Universidade do Rio Grande do Sul
UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
2 - SÓ A 1ª LETRA MAIÚSCULA se cada letra não corresponder necessariamente a uma palavra:
Celesc - Centrais Elétrica de Santa Catarina
Funai - Fundação Nacional do Índio
Usiminas - Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A
Muitos jornais procedem de maneira um pouco diferente, orientando a grafia das siglas pelo seu tamanho e pelo fator pronúncia, ou seja:
I - até três letras, em maiúsculas: BC, PIS, ONU, CPF
II - com quatro letras ou mais:
- a) se pronunciável, só a inicial maiúscula: Abbesc, Fiesc, Icesp, Masp, Ubes
- b) com todas as maiúsculas quando se lê letra por letra: SBPC, PSDB
Existem também a sigla mista, como CNPq e UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), em que minúsculas são usadas para diferenciá-las de outra sigla que tenha as mesmas iniciais (no último caso, a UFSC).
O plural das siglas é formado com acréscimo de um s minúsculo (sem apóstrofo): os CTGs, as APAEs, as ONGs etc.
Fonte: Livro: Não tropece na língua - Autora: Maria Tereza de Queiroz Piacentini (com adaptações)
Paulo Roberto Ribeiro
DCOM