Parceria UFLA-Cemig: lançado na UFLA o livro “Pescadores do Saber”
Uma parceria entre a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) resultou no lançamento do livro
“Pescadores do Saber”. A obra apresenta as ações do projeto de extensão que, em 2012 e 2013, marcou presença em salas de aula do Ensino Fundamental, trabalhando a
água como tema central. A cerimônia de apresentação do livro à comunidade foi realizada na noite de terça-feira (7/6) na UFLA.
O projeto
Pescadores do Saber foi coordenado pelo professor do Departamento de Biologia (DBI) Paulo dos Santos Pompeu, com coordenação executiva de Nara Tadini Junqueira, atualmente doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada. Além dos dois, participa do livro como organizadora a analista de Meio Ambiente da Cemig Raquel Coelho Loures Fontes, também doutoranda do Programa de Pós-Graduação. A atividade de extensão foi desenvolvida dentro do
Programa Peixe Vivo, de iniciativa da Cemig, no qual a UFLA atua como parceira, com projetos de pesquisa que colaboram para a conservação da ictiofauna dos rios em que a Companhia possui empreendimentos.
A experiência que deu origem ao livro envolveu um trabalho realizado em quatro escolas de Lavras (Escola Estadual Cristiano de Souza, Escola Estadual Firmino Costa, Escola Estadual Tiradentes e Escola Municipal Itália Cautiero Franco) e uma em Ribeirão Vermelho-MG (Escola Municipal Manuel Pereira Ramalho). Cada escola recebia visitas quinzenais da equipe do projeto, durante um ano (2012 ou 2013)
[caption id="attachment_113411" align="alignright" width="249"]
A pesquisadora Nara proferiu palestra de apresentação do projeto Pescadores do Saber.[/caption]
Com recursos lúdicos e material didático produzido a baixo custo, as questões relativas à conservação ambiental eram trabalhadas como alunos do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Nara, ao narrar, durante a cerimônia, a concepção e o desenvolvimento do projeto , emocionou-se ao falar dos resultados alcançados e do vínculo afetivo desenvolvido com as crianças. “Muitos temas foram abordados e o peixe foi o mediador simbólico para essa missão. Apesar das dificuldades encontradas no caminho, superá-las foi algo que realmente compensou”, avaliou.
De acordo com Nara, o projeto “Pescadores do Saber” surgiu de uma inquietação vivida por ela quando ainda estava na graduação e atuava no Laboratório de Ecologia de Peixes. “Chegávamos a cidades pequenas em grupo, carregando um grande volume de equipamentos de pesquisa que despertava a curiosidade das comunidades, especialmente das crianças. Nesse tempo, eu ficava pensando que o resultado daquele trabalho de investigação precisava chegar àquelas pessoas, à sociedade”. A partir da vontade de compartilhar o conhecimento produzido, surgiu a ideia de trabalhar nas escolas. “O professor Paulo buscou na Cemig o apoio logístico e financeiro e, em consonância com o projeto Peixe vivo, a ideia pôde ser colocada em prática”, explicou Nara, ressaltando também a importância do apoio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) ao processo.
Para a professora da educação básica Mônica Celeste Maddalena Ramos Dias, que acompanhou o projeto nas escolas Cristiano de Souza e Manuel Pereira Ramalho - e esteve presente no evento - a iniciativa foi muito bem avaliada. “Gostei tanto que, ao ter contato com o projeto em uma escola de Lavras, indiquei que fosse realizado também em Ribeirão Vermelho”.
Além de representantes das escolas, estavam presentes no lançamento do livro alguns alunos das escolas públicas participantes. Maria Alice Francini Guimarães estava entre eles. Ela hoje está no 8º ano do Ensino Fundamental (E.E. Cristiano de Souza) e faz planos de se tornar bióloga. “Com o projeto, aprendemos muito e nos divertimos também”, diz.
O livro e o lançamento
A obra
Pescadores do Saber tem 110 páginas e relata a experiência do projeto, trazendo também atividades didáticas lúdicas que podem ser utilizadas pelos professores em sala de aula. Para ter acesso ao
material completo, basta entrar na página do
programa Peixe Vivo.
A solenidade de lançamento foi conduzida pelo pró-reitor de Pós-Graduação, professor Rafael Pio, acompanhado pelo gerente de Estudos e Manejo da Ictiofauna e Programas Especiais da Cemig, Newton José Shcimidt Prado; pelo chefe do Departamento de Biologia (DBI), professor João Cândido de Souza; além dos organizadores do livro – o professor e pesquisador do DBI Paulo dos Santos Pompeu, a doutoranda e coordenadora executiva do projeto
Pescadores do Saber, Nara Tadini Junqueira e a analista de Meio Ambiente da Cemig Raquel Coelho Loures Fontes (também doutoranda na UFLA).
Na abertura, professor Paulo Pompeu enfatizou a importância do projeto e relembrou suas origens, ligadas à inquietação da então estudante Nara. “Para mim, uma das partes mais especiais do trabalho de professor universitário é a convivência com os estudantes”, disse ele, referindo-se ao caráter positivo da iniciativa de Nara ao propor o projeto. “Foi um período rico, em que aprendemos muito e no qual nosso Laboratório esteve sempre cheio de alunos da educação básica”. Ele também agradeceu a Cemig pela solidez da parceria.
[caption id="attachment_113415" align="alignleft" width="188"]
Capa do Livro[/caption]
Professor João Cândido ressaltou em sua fala a importância da interação com a sociedade, bem realizada por meio do projeto
Pescadores do Saber. Já Nilton Prado, da Cemig, relatou ter participado da gênese da parceria com a UFLA. Ele também citou dados históricos do trabalho desenvolvido pela Cemig para aproximar, na região, as crianças das questões ambientais. Reforçando a importância do intercâmbio de saberes entre a Universidade e a educação básica, professor Rafael Pio elogiou o projeto e parabenizou os envolvidos.
Após a cerimônia, todos os presentes receberam exemplares impressos do livro. Durante o encerramento, houve homenagens simbólicas às escolas envolvidas, ao professor coordenador do Pibid Biologia Antônio Fernandes e a alunos presentes.
Programa Peixe Vivo
O Programa Peixe Vivo é uma iniciativa da Cemig. Além das atividades de conservação da ictiofauna propriamente ditas (repovoamento com espécies nativas, transposição de peixes e restauração de habitats críticos) e da inclusão dos grupos sociais na discussão sobre o assunto, a Cemig formalizou parcerias com universidades e instituições de pesquisa para desenvolver o conhecimento científico dentro do Programa. Essa geração de conhecimento contribui para a criação de estratégias de conservação mais eficientes. Foi com esse último propósito que a UFLA firmou, em novembro de 2008, o convênio com a Cemig para pesquisa com peixes.