UFLA assina parceria com a Cemig para amparar a revitalização da Bacia do Rio Grande
Modelo fitogeográfico visa a contribuir para um programa de revitalização das áreas de preservação permanente
Mantendo a parceria iniciada há mais de 20 anos, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a
Cemig (Companhia de Eletricidade de Minas Gerais) acabam de firmar mais um convênio para a elaboração de um modelo fitogeográfico inovador, que vai servir de subsídio à revitalização das áreas de preservação permanente e transferência de tecnologias de conservação de solo e da água na Bacia do Rio Grande.
O projeto será desenvolvido por uma equipe de 15 pesquisadores da UFLA, sob a coordenação do professor e reitor da Universidade, José Roberto Scolforo. As análises serão processadas no
Laboratório de Estudos e Projetos em Manejo Florestal – Lemaf, referência no desenvolvimento de grandes projetos ambientais. Os estudos terão a colaboração do Centro de Excelência em Matas Ciliares (Cemac/Cemig).
A ideia central desse modelo está relacionada à aplicação de sofisticadas análises matemáticas que vão determinar a flora existente nas APPs, com variáveis ambientais (solo, clima, relevo, entre outros) e com a diversidade genética das espécies, possibilitando o planejamento racional de revitalização da Bacia do Rio Grande.
De acordo com Scolforo, o modelo fitogeográfico vai gerar um mapa de recomendação de espécies e boas práticas de manejo para uso e conservação do solo e da água nos diferentes ambientes, o que vai possibilitar um planejamento estratégico para a revitalização de uma das mais importantes bacias hidrográficas do País. “Ampliar o conhecimento sobre os recursos naturais significa aplicar uma gestão ambiental correta e sustentável”, reforça.
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Usina Hidrelétrica de Furnas[/caption]
No curso do Rio Grande, destacam-se 12 usinas hidrelétricas, entre elas, a
Usina Hidrelétrica de Furnas, a do Funil e a de Camargos. De forma global, a Bacia do Rio Grande possui expressiva cobertura vegetal nativa e é responsável pela geração de quase 70% de toda a energia gerada no Estado.
(Veja as usinas hidrelétricas da Bacia do Rio Grande)
Para o gerente de Estudos e Manejo da Ictiofauna e Programas Especiais da Cemig, Newton José Schmidt Prado, a escolha da UFLA é justificada pela tradição de parcerias, incluindo projetos pioneiros de reflorestamento em matas ciliares, e pela excelência em estudos florestais que a credenciam para um projeto de tamanha magnitude. Ele afirmou que o modelo fitogeográfico representa um estudo global da Bacia do Rio Grande, em vez de estudos segmentados, o que será útil não apenas para a Cemig, mas para outras concessionárias e para a sociedade como um todo.
Referência
A UFLA, por meio do Departamento de Ciências Florestais (DCF) e do Lemaf, desenvolve vários projetos na área de manejo florestal, muitos dos quais se tornam referência para o País. Entre eles, destacam-se o Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de Minas Gerais (ZEE) e o Mapeamento e Inventário da Flora Nativa e dos Reflorestamentos de Minas Gerais, que rendeu uma coleção de sete livros, já na segunda edição. No caso específico de modelo fitogeográfico, a UFLA, em parceria com outras instituições de referência, realizou o modelo fitogeográfico da Bacia do Rio São Francisco.