Faculdades têm 1 milhão de vagas ociosas
O Globo, 20/12/07
Evandro Éboli
Número, referente a 2006, representa quase metade da oferta em todo o país
BRASÍLIA. Mais de um milhão de vagas oferecidas nas instituições de ensino superior no país em 2006 — exatas 1.025.955 — ficaram ociosas, ou seja, não foram preenchidas pelos estudantes que participaram do vestibular. Esse número representa 49% das vagas oferecidas em todo o país. Em 2005, esse percentual foi de 43%. Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2006, divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Nacionais (Inep), ligado ao Ministério da Educação, 97,3% das vagas ociosas foram oferecidas por faculdades privadas.
Nas universidades públicas, onde os vestibulares são mais disputados, quase a totalidade das vagas foi preenchida.
Das 298.191 vagas ofertadas por essas instituições, 271.499 foram preenchidas. A ociosidade foi de apenas 8,9% (26.692 vagas).
Taxa de jovens matriculados subiu de 11% para 12%
O censo revelou ainda que o acesso ao ensino superior continua subindo em ritmo lento. Cresceu apenas um ponto, de 11% para 12%, a taxa de escolarização, que significa o percentual da população com idade entre 18 a 24 anos que está matriculada num curso superior. O Plano Nacional de Educação, aprovado pelo Congresso prevê que, até 2011, 30% dos jovens com essas idades estejam na universidade.
Em proporção, o índice de expansão dos alunos matriculados no ensino superior continua em queda, se considerados anos anteriores. Apesar do salto de 4,9 milhões matrículas em 2005 para 5,3 milhões em 2006, o aumento foi de 6,4%, inferior aos 6,9% de 2005 e aos 7,1% de 2004. Em 2003, essa taxa foi de 11,6% e em 2002, de 14,8%.
Outra constatação do censo é que, das 2.270 instituições de ensino superior no país, 2.022 (89%) são privadas. As outras 248 (11%) são públicas.
No setor público, 37% das instituições são universidades.