Ídolo do futebol, Reinaldo participa de evento na UFLA e lança biografia
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Reinaldo e seu filho falaram sobre o livro Punho Cerrado[/caption]
A abertura do Segundo Encontro Multidisciplinar em Saúde, Reabilitação e Esporte na Universidade Federal de Lavras (UFLA) contou com a presença de uma personalidade ilustre do esporte. O ex-jogador de futebol José Reinaldo de Lima, o “Rei”, ídolo do Atlético-MG, participou do evento na última quinta-feira (4/5) e lançou a sua biografia, Punho Cerrado - A História do Rei. O encontro, que teve a organização do Grupo de Estudo e Pesquisa em Ergonomia e Biomecânica - Ergomecânica (GEPE), do Departamento de Educação Física (DEF), terminou no sábado e reuniu especialistas em mesas de debate, palestras e minicursos.
Escrita por Philipe Van Raemdonck Lima, que é filho de Reinaldo, a obra conta a trajetória do ex-atleta dentro e fora dos gramados. Uma curiosidade que chama a atenção é o fato do autor do livro ter acompanhando somente o final da carreira do pai, como revelou o próprio Reinaldo.
No entanto, tal circunstância não foi empecilho para o relato das curiosidades e das histórias do ex-jogador. “O Philipe não viu eu jogar futebol durante a infância e a adolescência. Ouviu muita história a meu respeito. Ele pesquisou, olhou, mas ele queria ouvir de mim a história. No depoimento para o meu filho a gente abre mais o coração”, disse.
Philipe Lima disse estar honrado por ter escrito e publicado a biografia do próprio pai e acredita que o livro transcende o futebol. “O futebol não é um mundo à parte. Ele faz parte da sociedade. Pra mim, é um privilégio contar a história de um ídolo do futebol. Eu aceitei a missão de contar a história não só de um jogador genial, mas de um homem com uma história de vida riquíssima”, contou.
Autor de 255 gols com a camisa alvinegra, Reinaldo ficou conhecido por erguer o punho cerrado em suas comemorações. Imortalizado e símbolo de resistência, o gesto também é retratado no livro. “Punho cerrado é um gesto que eu comecei a fazer em 1976. Era um gesto de protesto porque a gente vivia uma ditadura militar e não tinha liberdade de imprensa. O campo de futebol era um lugar mais ou menos democrático e acabou ficando uma marca minha”, revelou o ex-jogador. Reinaldo também defendeu a Seleção Brasileira na Copa de 1978, na Argentina.
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Reinaldo autografou sua biografia e conversou com torcedores do Atlético[/caption]
Punho Cerrado - A História do Rei – aborda ainda as diversas lesões enfrentadas por Reinaldo na época jogador, que o levaram encurtar a carreira aos 31 anos Para ele, esses casos podem suscitar pesquisas para alunos e professores ligados à medicina esportiva e à Educação Física. O drama do ex-jogador com as drogas, a superação da dependência química e a passagem pela política também ganharam capítulos no livro.
Paixão pelo clube
Natural de Ponte Nova, na Zona da Mata mineira, o Reinaldo chegou ao Atlético em 1971, quando tinha apenas 14 anos, e foi para as categorias de base. Em 1973, o jovem atacante finalmente foi promovido ao time profissional e tornou-se um dos maiores jogadores da posição.
Ídolo dos atleticanos, Reinaldo vê que a ligação entre clube e jogador está mais profissional em relação à época na qual ele atuava. Por isso, ele entende que são poucos os jogadores que torcem para o clube que defendem. "Amor à camisa é muito romântico. Claro que o jogador desde pequeno tem o seu clube de preferência e às vezes joga nesse clube. Na época em que jogava era uma relação mais paternalista”.
Texto: Rafael Passos - Jornalista/Bolsista - Fapemig